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Todos os Homens honestos mataram César. A alguns faltou arte, a outros coragem e a outros oportunidade mas a nenhum faltou a vontade
- Marcus Tullius Cicero -


terça-feira, 31 de julho de 2007

 

A Expansão Romana


Vista pelos vencedores:

"Esta é Roma, a cidade que nasceu simples e humilde e, partindo de uma pequena localidade, estende hoje o seu poder a todos os lugares que o Sol ilumina [...]. Lutando em cem batalhas, conquistou a Espanha, pôs cerco às cidades da Sicília, submeteu a Gália por terra e Cartago por mar, nunca cedeu perante as perdas sofridas ou mostrou qualquer receio diante de qualquer ataque. [...] Nem mesmo o oceano barrou o seu caminho: lançando-se sobre o mar profundo, foi ao encontro dos Bretões e venceu-os. Foi a única, de entre todos os Estados, que recebeu no seu seio os povos conquistados, como uma mãe e não como uma dominadora [...]."

Claudiano, historiador romano do século IV


E vista pelos vencidos:

"Os Romanos são bandidos que cobiçam o mundo inteiro. Depois de conquistarem as terras, vão pilhar os próprios mares. Sedentos de bens, se o inimigo é rico, e sedentos de poder, se ele é pobre, nem o Oriente nem o Ocidente os saciou.
São os únicos de entre os mortais, a cobiçar com o mesmo furor as riquezas e a miséria. Roubar, massacrar, pilhar, eis o que os Romanos chamam, na sua falsa linguagem, civilizar. A sua paz é o silêncio dos desertos. [...] Os nossos bens e rendimentos são consumidos pelos impostos. [...] Os nossos braços são usados a derrubar florestas, sob o jugo do chicote."

(discurso de um bretão)



sábado, 14 de julho de 2007

 

A Organização política e administrativa da Península Ibérica


Conquistada a Península Ibérica foi-lhe aplicado o modelo romano de organização política e administrativa.
A primeira divisão administrativa foi realizada em 197 a.C., com a criação de duas províncias: a Hispânia Citerior e a Hispânia Ulterior. A romanização das populações da Hispânia foi tão efectiva que, no século II d.C., o mundo Romano seria governado por dois imperadores naturais da Península, Trajano e Adriano.

Em 27 a.C., o imperador Augusto reorganizou o Império e, na Península Ibérica, foram criadas três províncias:
- Bética, a sul, com a capital em Corduba (Córdova);
- Lusitânia, a Ocidente, com a capital em Emerita Augusta (Mérida);
- Tarraconense, a Oriente, com a capital em Tarraca (Tarragona)

Só a Bética ficou província senatorial. As outras duas, mais instáveis, mantiveram-se imperiais, governadas por propretores, de nomeação directa do Imperador.
O Imperador Vespasiano, (69 - 79 a.C.), dividiu as províncias em conventus, que eram divisões administrativas e judiciais mais pequenas, permitindo uma administração mais eficaz. Nesta divisão parece ter havido alguma preocupação, relativamente à reunião da população da mesma origem tribal.
Diocleciano, no final do século III, reorganizou o Império, aumentou o número de províncias e acabou com a distinção entre províncias imperiais e províncias senatoriais.
Por todas as províncias foram criadas "colónias", onde normalmente se fixavam soldados saídos dos exércitos, com as suas famílias, ou outros romanos que, constituíndo família com indígenas, os tornavam cidadões das províncias.

Ruinas de S. Cucufate, perto de Beja

Criaram também novas cidades, segundo o modelo romano (civitates), remodelaram as já existentes, atribuíndo a muitas delas o estatuto de município.
Apesar da administração central de Roma estar presente em cargos financeiros e militares, conservam a sua autonomia, as suas instituições e costumes e a sua língua, pagando um imposto fundiário a Roma. A partir de 212, todas as cidades do Império têm o mesmo estatuto e, portanto, a cidadania, a organização política e administrativa iguais à da cidade de Roma.




domingo, 8 de julho de 2007

 

Viriato

viriato


"Actualmente, quase todos os historiadores rejeitam a tese de um Viriato nascido e criado nas montanhas. Os traços da sua personalidade, recolhidos a partir das obras dos autores antigos, apresentam-no como um homem sóbrio, enérgico, justo e fiel à palavra dada, desprezando em absoluto o luxo e o conforto e, sobretudo, como um excelente estratega militar, levam-nos a concluir que se tratava de um verdadeiro político, o indiscutível chefe militar dos lusitanos e defensor da sua liberdade, e não de um rude pastor das montanhas. Apresentar Viriato como o defensor de uma certa unificação militar e política contra o poder de Roma e como possível criador de uma monarquia na Lusitânia – cujo território não formava uma unidade social ou política – é talvez exagerado. Mas, a verdade é que a acção de Viriato, tanto militar como diplomática, fez com que todos os povos vizinhos se mobilizassem contra Roma sob o seu comando e direcção. Viriato foi o primeiro lusitano no comando de um corpo de guerreiros composto por pessoas de diversas tribos e durante os oito anos que duraram as suas campanhas não houve nenhum caso de indisciplina entre as tropas. Facto surpreendente por se tratar de um «exército bárbaro», como diriam os romanos.”

Mauricio Pastor Muñoz
In Introdução
(excerto do livro "Viriato - A luta pela Liberdade)